Desde que eu posso me lembrar, eu sempre tive um interesse em
espíritos e no inexplicável. Eu acho que coisas estranhas sempre acontecem
comigo, mas não como três eventos mais recentes.
Numa manhã de abril de 2000, eu estava deitada na cama na casa dos meus pais, em
Belo Horizonte, quando eu senti uma presença no quarto. Pensando que podia ser a
minha mãe pegando a minha roupa suja, eu abri os meus olhos. Para a minha
surpresa era um jovem rapaz de uns 17 anos parado no pé da minha cama, mas tinha
algo de estranho com o rosto dele, tinha uma cicatriz gigantesca que corria na
diagonal pegando toda a cara dele. Eu sentei na cama e fiquei paralisada em
choque, mas ele simplesmente desapareceu.
Vários dias depois eu senti a presença dele de novo, e quando eu olhei, lá
estava ele, no canto do quarto ao pé da minha cama. Dessa vez eu não fiquei com
medo, eu simplesmente perguntei o que ele queria, mas ele desapareceu no ar sem
dizer nada.
Ele apareceu varias vezes depois, mas somente quando eu estava triste.
Pensando que eu estava ficando louca eu falei com a minha mãe sobre ele. Ela
falou que sentia coisas estranhas na casa recentemente, mas não tinha visto
nada.
Um dia eu estava sentada sozinha, lendo, e eu senti ele de novo. Sem tirar os
olhos do livro eu casualmente perguntei qual era o nome dele, e o que ele
queria. Então a TV ligou sozinha do nada. Eu não fiquei surpresa, eu só fiquei
lá sentada e de repente senti uma coisa estranha e uma vontade de chamar ele de
Bento.
Daquele dia em diante ele sempre aparecia de manhã e de noite, antes de eu me
deitar.
Eu tinha a impressão de que ele tinha morrido em um acidente de carro com os
pais dele e ficar comigo confortava ele.
Uma amiga minha que tem uma ligação forte com o mundo psíquico confirmou a minha
teoria. Enquanto eu falava com ela eu falei que sentia uma mão forte segurando o
meu ombro e estava apertando ele levemente, e que estava muito gelado. A minha
amiga riu e falou "é, ele está rindo de você agora, ele está segurando o seu
ombro esquerdo". Ela falou que ele disse que tinha que ir agora, que ele só
vinha para me ajudar com as minhas depressões, e depois daquele dia eu nunca
mais senti ele.
Eu me mudei para São Paulo para morar com uma prima e senti uma forte presença
na casa, ela morou na casa por anos e nunca tinha sentido nada, até eu me mudar.
O nome dele era Fernando, pelo menos era como eu chamava ele. ELe parecia gostar
de mim e de mais ninguém. Sempre que tínhamos visita ele saia para "brincar".
O meu amigo Michel sempre ficava lá em casa para passar a noite, pelo menos umas
3 vezes por semana. Sempre que ele aparecia, o Fernando ficava louco. Abria os
armários da cozinha (que não abriam a não ser que você forçasse eles), batia
portas, coisas sumiam e depois apareciam, as luzes apagavam e acendiam, os
aparelhos eletrônicos ligavam e desligavam e a porta da frente abria, mesmo
estando trancada.
A sombra do Fernando aparecia na parede e a figura dele no corredor. As pessoas
sempre ficavam cm medo de ir lá pra casa. Ficavam com medo dele aparecer para
aprontar.
Quando eu estava sozinha em casa, eu me sentia no lugar mais seguro do mundo,
toda quentinha e confortável. Mas quando alguém chegava, a casa ficava fria,
congelada. Eu nunca descobri se ele gostava do meu amigo Michel ou não, mas
sempre ficávamos no meu quarto e toda noite porta abria por alguns segundos e
depois fechava gentilmente. Eu sempre senti como se ele estivesse me protegendo
e cuidando de mim. A primeira vez que eu vi ele foi quando eu me mudei para lá,
uma noite eu acordei e vi ele flutuando em cima de mim com grandes botas
coturno.
Recentemente eu sai de lá e perguntei se ele queria vir comigo. Eu senti alguém
passar uma mão muito fria em mim e as minhas duas amigas que estavam lá comigo
me olharam com uma cara de espanto. "Que foi?" eu perguntei, as duas responderam
na mesma hora "O seu cabelo, parecia que tinha alguém passando a mão nele!".
O Fernando não foi junto comigo, mas na noite em que a minha prima arranjou uma
amiga para dividir a casa com ela, coisas começaram a acontecer com ela.
Eu estou em uma outra casa agora, que também tem uma presença fantasmagórica,
mas não tão forte quanto Bento ou Fernando. Esse é uma garota. Mas ela fica na
dela. As pessoas que moram ali comigo falaram que ela sempre esteve ali, mas
nunca fez nada. EU já vi ela umas duas vezes.
Eles falaram que antes de eu me mudar, o quarto em que eu estou agora sempre foi
gelado, mas agora parecia uma selva tropical lá dentro. Eles falaram que não
tinham um nome para ela, mas um dia eu estava deitada na cama conversando com o
meu amigo, e senti ela em pé na porta do quarto, olhando para nós. Um pouco
antes de eu ir dormir eu falei para o meu amigo "Michel, o sua fantasma quer ser
chamada de Ana Maria" ele simplesmente olhou para mim, riu e falou "tudo bem!".
Essas são as minhas histórias e eu não sei porque os espíritos continuam me
contatando. Até agora a Ana Maria não aprontou nada, mas se algo acontecer, eu
aviso vocês!
Gatinha Gótica - São Paulo - S.P.